A Professora universitária Jacqueline Muniz vem sofrendo ameaças após criticar a operação desastrosa da polícia do Rio de Janeiro nos Complexos do Alemão e Penha. Jacqueline é socióloga e professora da UFF.
Em entrevista à Folha de São Paulo a professora disse que "Há três décadas a cidade usa a guerra contra o crime para ganhar a eleição. Foi marketing político, uma cloroquina para a segurança e deve, sim, fortalecer o bolsonarismo para o próximo ano".
Jacqueline pediu ingresso no programa criado em 2019 que oferece proteção a pessoas ameaçadas em razão de sua atuação na defesa dos direitos humanos. O pedido foi protocolado pelo gabinete do vereador Leonel de Esquerda (PT),que coordena a Comissão de Favelas da Câmara Municipal do Rio, e pelo advogado Carlos Nicodemos, conselheiro do Conselho Nacional de Direitos Humanos.
Em suas redes sociais Muniz relatou que chegou a ser fotografada enquanto almoçava em um restaurante. As imagens foram publicadas acompanhadas de ofensas e comentários incitando violência. "Dá uma pedrada nela. kkkk", escreveu um usuário.
A antropóloga afirma que as ameaças foram estimuladas por postagens de parlamentares bolsonaristas, entre eles os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO).
A UFF divulgou nota de solidariedade à docente no domingo (2), classificando os ataques como tentativas de intimidação e reafirmando seu compromisso com a liberdade acadêmica.
(Da Redação)
