Tenho acompanhado pelo noticiário os desdobramentos da prisão do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. E como todos sabem, Bolsonaro foi o presidente predileto de uma grande parte dos evangélicos brasileiros, inclusive, chegando às raias do fanatismo idolátrico.
Pois bem. Com a condenação e a recente prisão preventiva do ex-presidente, fato esse ocorrido dentro do devido processo legal e com plena liberdade dos seus advogados em recorrer às instâncias cabíveis. Gostando ou não, o fato é que Bolsonaro está preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília por haver violado a tornozeleira eletrônica (Bolsonaro já cumpria prisão domiciliar por descumprimento de ordem judicial e por isso usava o equipamento) e sob suspeita de tentar fugir para alguma embaixada sediada em Brasília.
O Brasil inteiro sabe os crimes pelos quais o ex-mandatário brasileiro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão. Os crimes a ele imputados pelo STF foram:
Organização criminosa armada: 7 anos e 7 meses
Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito: 6 anos e 6 meses;
Golpe de Estado: 8 anos e 2 meses;
Dano qualificado pela violência e grave ameaça: 2 anos e seis meses de detenção e 62 dias multa;
Deterioração de patrimônio tombado: 2 anos e 6 meses de detenção e 62 dias multa.
Bolsonaro contratou a peso de ouro os melhores, mais competentes e mais caros advogados do Brasil e mesmo assim, eles não foram capazes de livrá-lo da cadeia. Isso prova a gravidade e a culpabilidade de Jair nas ações criminosas a ele imputadas.
Diante do exposto, fica difícil acreditar que ainda haja pastores e fiéis evangélicos de um modo geral, que ainda defendam o ex-presidente e o tenham como inocente, mesmo com o farto volume de provas incontestáveis, resultado de minuciosa investigação da Polícia Federal e do Ministério Público.
É preocupante que a Igreja Evangélica tenha tomado uma posição político-partidária em defesa da extrema-direita, representada até então pelo condenado e hoje apenado, Jair Messias Bolsonaro.
Igreja e Estado, fé e política partidária, não devem andar juntos. Essa promiscuidade traz grandes prejuízos não somente para a Igreja de Cristo, mas também para toda a sociedade.
Oremos por um Brasil livres dessas amarras e que a democracia prevaleça em todos os sentidos em nosso país.
Haroldo Mendes - Jornalista
